quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Príncipe

Esses dias navegando pela internet encontrei uma reportagem sobre um livro que sempre quis ler, mas que nunca li. A obra em questão é "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel (1469-1527). Em linhas gerais o autor fala sobre como um governante deve agir diante das mais diversas situações. Mas mais que isso, ele aponta algumas características que julga fazerem parte do ser humano.

Dentre os trechos que li, este é o que mais me chama atenção:

"Daí nasce uma controvérsia, qual seja: se é melhor ser amado ou temido. Pode-se responder que todos gostariam de ser ambas as coisas; porém, como é difícil conciliá-las, é bem mais seguro ser temido que amado, caso venha a faltar uma das duas. Porque, de modo geral, pode-se dizer que os homens são ingratos, volúveis, fingidos e dissimulados, avessos ao perigo, ávidos de ganhos; assim, enquanto o príncipe agir com benevolência, eles se doarão inteiros, lhe oferecerão o próprio sangue, os bens, a vida e os filhos, mas só nos períodos de bonança, como se disse mais acima; entretanto, quando surgirem as dificuldades, eles passarão à revolta, e o príncipe que confiar inteiramente na palavra deles se arruinará ao ver-se despreparado para os reveses. Pois as amizades que se conquistam a pagamento, e não por grandeza e nobreza de espírito, são merecidas, mas não se podem possuir nem gastar em tempos adversos; de resto, os homens têm menos escrúpulos em ofender alguém que se faça amar a outro que se faça temer: porque o amor é mantido por um vínculo de reconhecimento, mas, como os homens são maus, se aproveitam da primeira ocasião para rompê-lo em benefício próprio, ao passo que o temor é mantido pelo medo da punição, o qual não esmorece nunca."

Tenho muito o que pensar sobre ele. Mas discordo da parte que afirma que todos os homens são maus. Acho que uma grande parte é sim, porém, há muitos que não são. Dito isso, acredito que é preciso saber com quem ser piedoso e com quem ser cruel... isso para não ser feito de bobo ou injusto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário